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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Viva o Leão



Este fim de semana passei grudado na minha leitura “As Crônicas de Nárnia" e lembrando quando fui assistir no cinema O Leão, a Feiticeira e o guarda-roupa, fiquei muito feliz, pois pude olhar para pessoas dentro das 4 paredes da igreja e falar " aprenda a ver o cristianismo fora da sua bolha, temos muito mais para fazer e buscar do que este mundinho redondo e natural.

O meu conselho ao leitor que anda um tanto decepcionado com a falta de essência do Evangelho pregado em alguns púlpitos é um só: vá ao cinema. Desde “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, Hollywood vem descobrindo na mensagem de Jesus o potencial extraordinário que sempre teve para atrair multidões. Agora é a vez de “As Crônicas de Nárnia – o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, adaptação da série de livros do gênio cristão C. S. Lewis, que promete novas produções pelos próximos dez anos.

Para quem nunca leu as crônicas infantis de C. S. Lewis, a trama de “Nárnia” é simples: durante a Segunda Guerra, quatro crianças vão morar num casarão no interior da Inglaterra, que esconde, em uma de suas dezenas de quartos, um guarda-roupa mágico. Entrando nele, o grupo vai parar num reino de fantasia, a Nárnia do título.
Nesse novo mundo, as quatro crianças passarão por aventuras nas quais prevalece a lógica cristã de justiça, perdão, amizade, lealdade –daí a classificação de catecismo. No desenrolar da história, uma das crianças trai o grupo para seguir os próprios interesses, e, segundo a lei de Nárnia, todo traidor tem de morrer. É quando entra em cena Aslam, o leão, o verdadeiro rei do lugar.

A grande lição de Nárnia e C. S. Lewis aos púlpitos certamente não é a reprodução da lógica do sacrifício cristão. A mensagem não está somente no todo, mas nos detalhes também. O mundo criado pela feiticeira, por exemplo, é frio, objetivo, sem criatividade, monótono, depressivo. Já o do leão Aslam é colorido, imaginativo, os bichos falam, há dríades, faunos e outras criaturas fantasiosas.

Se transportarmos essa lógica para a nossa realidade, muitas igrejas nas quais impera a objetividade do “evangelho-de-resultados” seriam mais semelhantes ao reinado da Feiticeira Branca do que o de Aslam. Afinal, para muitos irmãos, a simples invenção de um fauno pode ser perigosa à fé ou mesmo um adereço sem sentido. Para completar, Aslam, que é o mais poderoso do reino, não procura o poder para si e sim para os outros. Ele reina porque serve e faz dos outros reis também. É um leão livre.

Espero sinceramente que a descoberta de Nárnia por Hollywood nos sirva para reler C. S. Lewis, escritor segundo o qual a maior obra que o diabo pode nos fazer é matar a nossa criatividade, o nosso idealismo, a nossa vontade de libertar o mundo do inverno eterno.


Um comentário:

Bola de Neve Jundiaí disse...

Dentro de um dia corrido sempre podemos parar e refletir em algo, este é o meu tempo de parar.
PAREI!
...

Viva o Leão



Este fim de semana passei grudado na minha leitura “As Crônicas de Nárnia" e lembrando quando fui assistir no cinema O Leão, a Feiticeira e o guarda-roupa, fiquei muito feliz, pois pude olhar para pessoas dentro das 4 paredes da igreja e falar " aprenda a ver o cristianismo fora da sua bolha, temos muito mais para fazer e buscar do que este mundinho redondo e natural.

O meu conselho ao leitor que anda um tanto decepcionado com a falta de essência do Evangelho pregado em alguns púlpitos é um só: vá ao cinema. Desde “A Paixão de Cristo”, de Mel Gibson, Hollywood vem descobrindo na mensagem de Jesus o potencial extraordinário que sempre teve para atrair multidões. Agora é a vez de “As Crônicas de Nárnia – o Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa”, adaptação da série de livros do gênio cristão C. S. Lewis, que promete novas produções pelos próximos dez anos.

Para quem nunca leu as crônicas infantis de C. S. Lewis, a trama de “Nárnia” é simples: durante a Segunda Guerra, quatro crianças vão morar num casarão no interior da Inglaterra, que esconde, em uma de suas dezenas de quartos, um guarda-roupa mágico. Entrando nele, o grupo vai parar num reino de fantasia, a Nárnia do título.
Nesse novo mundo, as quatro crianças passarão por aventuras nas quais prevalece a lógica cristã de justiça, perdão, amizade, lealdade –daí a classificação de catecismo. No desenrolar da história, uma das crianças trai o grupo para seguir os próprios interesses, e, segundo a lei de Nárnia, todo traidor tem de morrer. É quando entra em cena Aslam, o leão, o verdadeiro rei do lugar.

A grande lição de Nárnia e C. S. Lewis aos púlpitos certamente não é a reprodução da lógica do sacrifício cristão. A mensagem não está somente no todo, mas nos detalhes também. O mundo criado pela feiticeira, por exemplo, é frio, objetivo, sem criatividade, monótono, depressivo. Já o do leão Aslam é colorido, imaginativo, os bichos falam, há dríades, faunos e outras criaturas fantasiosas.

Se transportarmos essa lógica para a nossa realidade, muitas igrejas nas quais impera a objetividade do “evangelho-de-resultados” seriam mais semelhantes ao reinado da Feiticeira Branca do que o de Aslam. Afinal, para muitos irmãos, a simples invenção de um fauno pode ser perigosa à fé ou mesmo um adereço sem sentido. Para completar, Aslam, que é o mais poderoso do reino, não procura o poder para si e sim para os outros. Ele reina porque serve e faz dos outros reis também. É um leão livre.

Espero sinceramente que a descoberta de Nárnia por Hollywood nos sirva para reler C. S. Lewis, escritor segundo o qual a maior obra que o diabo pode nos fazer é matar a nossa criatividade, o nosso idealismo, a nossa vontade de libertar o mundo do inverno eterno.